Moda como extensão do corpo: O que será depois?

O desafio de propor de forma coerente a discussão entre a moda e as comunicações surge inicialmente como um anseio e por paixão pelas duas áreas. Mas é durante a execução deste trabalho que é possível observar de forma efetiva como as áreas se relacionam de forma quase intrínseca. O texto de Donna Haraway surge como elemento central capaz de costurar de forma praticável tornando-se mais claro tanto as proposições da história da moda assim como as Teorias da comunicação aqui estudados.

A singularidade nessa análise se dá na análise de uma obra feminista-socialista, escrita por uma socióloga e bióloga que questiona todas as barreiras culturais, de gênero, entre outras que promovem e perpetuam cada vez mais as diferenças sociais no mundo, sendo revisitada por um homem branco, diretor criativo de uma das marcas mais rentáveis do mundo, dentro da indústria que mais gera capital, e que também produz mais resíduo no mundo. E partindo dessas contradições que surge a curiosidade em utilizar o desfile como objeto de estudo.

O trabalho se torna ainda mais intrigante e fascinante ao colocar o desfile diante tanto da obra clássica de Gilles Lipovetsky, que colabora para a compreensão histórica, quanto diante dos textos dos pensadores da Escola de Frankfurt e a relação dessa construção social da moda que nasce do Capitalismo e evolui com ele em todas suas formas, assim como diante da Teoria de Mc Luhan, que colabora para entender tanto o vestuário como extensão da pele, assim como a mídia e eletrônicos como extensão do corpo.

Este trabalho busca diversas proposições acerca da atualidade, mesmo que esteja inundada de indagações. O que há depois da Moda Consumada? O que será da tecnologia e como o ser humano será capaz de utilizá-la em favor da existência humana? Como a moda irá se comportar diante dessa relação corpo-máquina? E claro, como a mídia irá afetar e até mesmo participar nessas transformações?

Há mais perguntas que respostas, mas que servem como força motora, não para buscar respostas, mas entender a existência e como ela se apresenta, sempre de forma crítica e discutível.

Nossa discussão acerca desse tema finda aqui, mas espero que tenha afetado vocês de alguma forma.

Até uma próxima.